
Escrevendo acerca do corpo espiritual, denominado perispírito, não se propõe traçar esse ou aquele estudo mais profundo, fazendo a discriminação dos princípios que o estruturam, com o fim de eqüacionar debati-dos problemas da filosofia e da religião.
Desde tempos remotos, a Humanidade reconheceu-lhe a existência como organismo sutil ou mediador plástico, entre o espírito e o corpo carnal.
No Egito, era o Ka para os sacerdotes; na Grécia era o eidolon, na evocação das sibilas.
Antes, era designado como sendo o corpo sidé-reo e, não faz muito tempo, foi nomeado como Somod nas inves-tigações de Baraduc.
Busca-se, apenas, acordar em nós a noção da imortalidade, principalmente, aos companheiros encarnados, qual forma viva da própria criatura humana, presidindo, com a orientação da mente, o dinamismo do casulo celular em que o espírito — viajor da Eternidade — se demora por algum tempo na face da Terra, em trabalho evo-lutivo, quando não seja no duro labor da própria regeneração. E assim procedeu, acima de tudo, para salientar que, atingindo a maioridade moral pelo raciocínio, cabe a nós mesmos apri-morar-lhe as manifestações e enriquecer-lhe os atributos, por-que todos os nossos sentimentos e pensamentos, palavras e obras, nele se refletem, gerando conseqüências felizes ou infeli-zes, pelas quais entramos na intimidade da luz ou da sombra, da alegria ou do sofrimento.
Apreciando-lhe a evolução, nosso amigo simplesmente esclarece que o homem não está sentenciado ao pó da Terra, e que da imobilidade do sepulcro se reerguerá para o movimento triunfante, transportando consigo o céu ou o inferno que plas-mou em si mesmo.
Em suma, espera tão-somente encarecer que o Espírito responsável, renascendo no arcabouço das células físicas, é mergulhado na carne, qual a imagem na câmara escura, em fo-tografia, recolhendo, por seus atos, nessa posição negativa, to-dos os característicos que lhe expressarão a figura exata, no banho de reações químicas efetuado pela morte, de que extrai a soma de experiências para a sua apresentação positiva na rea-lidade maior.
O apóstolo Paulo, no versículo 44 do capítulo 15º de sua primeira Epístola aos Coríntios, asseverou, convincente:
— “Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiri-tual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual”
Nessa preciosa síntese, encontramos no verbo “semear” a idéia da evolução filo genética do ser e, dentro dela, o corpo físico e o corpo espiritual como veículos da mente em sua pere-grinação ascensional para Deus.
É para semelhante verdade que somos convidados a atenção, a fim de que por nossa conduta reta de hoje possa-mos encontrar a felicidade pura e sublime, ao sol de amanhã.
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